são os sinceros votos do autor a todos os leitores desta folha. E umas minis, também, para desentupir o cano. [objectos portugueses - cerveja de 20cl]
29 de dezembro de 2005
um santo natal e um grande ano novo
posto pelo Alexandre às 21:12 1 comentários
23 de dezembro de 2005
ah....
e um almoço com toda a gente depois, a ultima tarde de trabalho, em que tudo ja' esta' feito e por isso so' falta digerir as cervejas e os shots de ovo, leite e brandy. Amanha conto com o bacalhau da TAP na consoada passada no aviao, e de manha entro na santa terrinha. Ate' breve.
posto pelo Alexandre às 20:47 0 comentários
22 de dezembro de 2005
coitadinhos
dos blacks, latinos e jamaicanos que trabalham no metro. Por causa das origens deles, ninguém os pode criticar. Assim que se protesta, lá vem o choradinho dos "blacks, latinos e jamaicanos" contra os brancos ricos, em tom de prédica. Será que não percebem que isso também é racismo?
posto pelo Alexandre às 22:33 1 comentários
acabou a guerra
perdão, a greve. E eu em casa a trabalhar graças às maravilhas do progresso.
Daqui a dois dias saio desta cidade infernal, ainda bem (mas só por uma semana, que depois começa a fazer falta).
posto pelo Alexandre às 22:07 0 comentários
21 de dezembro de 2005
e pronto
sem nada para fazer, abandonado (temporariamente!) pela menina que não dorme há dois dias a acabar a tese, um frio de rachar lá fora e esta sala de internet sem janelas, paredes cobertas de mapas e dividida por uma série de pilares de madeira pintada, meio clássicos mas colocados assimetricamente. Ugh! Logo, ler blogues e escrever:
E como já há muito tempo não mandava uma para a caixa sobre a terrinha, aqui vai. Li agora mesmo o post do Tiago sobre a exposição dos Mateus. Vi-a em Lisboa um dia antes de vir trabalhar para NY, em Outubro, e apetecia-me mesmo meter a colherada (por aqui não é fácil ter uma discussão, quando metade do escritório foi treinado com os clássicos e a outra metade não almeja ser mais que um desenhador - de designer - para toda a vida).
É evidente o charme daquilo que é mostrado. Quase nada sem ser a preto e branco, muito preto e muito branco, quase sem cinzentos. Volumes e planos, contrastados brutalmente. E os projectos têem uma forma imensamente apelativa para qualquer arquitecto, porque deixa perceber um conceito imensamente simplifcador. Na maior parte dos casos, esvaziar espaços, construí-los dentro dos muros, adicioná-los mas não subtraí-los; Rectângulos, sem rodapés, sem mobílias, pura forma, pura expressão. Algumas plantas pareciam-me tiradas do séc. XVII, enormes complexos de quartos e divisões interligados, mas desenhadas com aquele estilo minimalista dos Mateus e de tudo o que é fashion-victim da arquitectura recente.
Passado algum tempo, deixei de tentar perceber como é que as casas funcionavam; e lembrei-me do que me ensinaram [não oficialmente, claro] na FAUP, que se a geometria é forte, o resto acomoda-se... Fora o comentário cínico, vale a pena ir ver pela pura atracção visual.
Lembro-me agora que há umas semanas atrás fui com o meu irmão ver as galerias de Chelsea. E, surprise, surprise, eram TODAS brancas e sem rodapés [tirando alguns tectos de madeira, restos de velhos armazéns, certamente deixados ficar pelo seu exotismo].
posto pelo Alexandre às 00:02 1 comentários
20 de dezembro de 2005
there's a strike - and I'm pissed
[a quente]
Pensei que não havia greves no país da liberdade. E já não havia uma há 25 anos, mas tinha logo que ser este ano, e no Inverno.
As greves nos transportes públicos são ilegais em Nova Iorque, e não se comemora o 1º de Maio no país que o criou. (o "May-Day", ou "Commie-Day").
Esta greve dos transportes não é como as greves mariquinhas da Europa. Há 25 anos, durou 11 dias. E por cada dia de greve, cada trabalhador tem que pagar uma multa de dois dias de salário. E mesmo assim está tudo paralisado. Concorde-se ou não com os motivos, estes gajos têm tomates.
O presidente do sindicato parece o Bob Marley a falar.
E é incrível que na cidade mais dinâmica do Ocidente haja um organismo estatal, centralizado, com a capacidade de parar tudo e todos.
De manhã, incrédulo, saí de casa à hora normal. Uma enorme bicha de carros e táxis prolongava-se ad infinitum, até downtown. Decidi segui-la, mas logo fui abordado "Hey, vais para baixo? queres boleia?" Era um tipo numa carrinha preta enorme. Para entrar em qualquer rua abaixo da 96, é preciso ter 4 passageiros (parte do contingency plan). Por isso, como moro pela 124, foi fácil encontrar quem me levasse. Mas deixou-me na 69, e o trabalho é na 14... E durante a viagem, o rapaz ainda teve que ouvir do patrão e despedir-se do trabalho (!), até que chegámos à 7o e o trânsito pura e simplesmente bloqueou. Gente a sair dos táxis, dos carros, etc e a caminhar. Lá decidi ir até casa e subir 50 quarteirões a pé. Fucking strikers.
posto pelo Alexandre às 21:03 0 comentários
capacete anti-stress
objectos surreais americanos #3.
Por causa de um suicidio o ano passado, puseram-nos esta coisa na caixa de correio. Serve, segundo eles, para espremer enquanto se espera pelo elevador e libertar as tensoes.
posto pelo Alexandre às 01:06 0 comentários
divisor proporcional
objectos surreais americanos #2.
a abertura pequena esta' para a grande numa razao de 1:aquilo que se quiser, neste caso a seccao aurea. (1.618...)
posto pelo Alexandre às 01:03 1 comentários
berbequim apagador
objectos surreais americanos #1.
a ponta e' uma borracha em forma de tubo. Apaga la'pis e tinta da china. O ruido e' parecido a uma broca de dentista.
posto pelo Alexandre às 00:56 0 comentários
19 de dezembro de 2005
17 de dezembro de 2005
update
o blog do chinês, o único por aqui que vai pondo umas coisitas na net. As fotos são sugestivas.
posto pelo Alexandre às 21:34 0 comentários
outra coisa boa
de NY, é poder sair quinta à noite ao Lower East Side e ver o John Zorn, o Arto Lindsay e o Anton Fier a improvisar (os dois últimos fizeram parte de uma das minhas bandas preferidas, os Lounge Lizards). O problema é que de vez em quando a típica atitude New York snob se torna insuportável: depois de tocarem 45 minutos, foi thanks for coming guys, arrumar o saxofone e putas e vinho verde - nem encore, nem agradecimentos, nem nada. [diga-se que o normal por aqui é tocar vários concertos por noite, em sítios diferentes, e correr de uns para outros - mas pelo menos uma palavrinha, em vez do ar enfastiado tenho mais que fazer que vos aturar].
O concerto, sem ser brilhante, foi bastante bom e o Arto Lindsay um verdadeiro showman, sem precisar de tocar uma única coisa normal com a guitarra e a cantar copiosamente, feito louco. Foi caos controlado do princípio ao fim.
posto pelo Alexandre às 21:00 1 comentários
13 de dezembro de 2005
e so para dizer que ainda estou vivo
mas a falta de maquina fotografica e de um computador decente, alem de tempo (e vontade) para ler noticias, fazem com que isto se transforme numa pasmaceira. Mas e' aguentar, porque hoje tenho a minha primeira entrega, e viva o Rei que transformei uma cave numa especie de termas romanas, com nichos, vestibulos, antecamaras, etc e tal. Agora so falta provar a estes marmelos que os computadores tambem sabem desenhar.
posto pelo Alexandre às 19:40 1 comentários
9 de dezembro de 2005
cai neve em Nova Iorque
OK, ja' sei que o titulo e' mais batido que-o-sei-la-o-que^ e nunca ouvi a cancao. Mas nao consegui resistir a queixar-me mais um bocado. Acordei numa especie de sonho de Natal, com um ceu branco impenetravel donde caia neve sem parar. Estava tudo branquinho, tranquilo, ainda nao muito calcado pelos transeuntes. Chegado ao emprego tudo mudou. Primeiro choveu, depois o sol abriu, e eis que a cidade se transforma num lamaçal (ah, ja sei por alguns acentos num teclado estrangeiro). Nunca vi, nem a Guarda nos seus piores dias ficava tao entulhada de lama, neve recalcada nos passeios e estradas a transbordar e agua. Suponho que o servico publico funciona mesmo mal por aqui, mas tambem o espirito e' cada qual limpa a sua parte do passeio...
posto pelo Alexandre às 20:39 0 comentários
posta da semana
Pois, o ritmo está a abrandar. Mais uma folga da menina, para aggiornare o pasquim:
1. Não há Natal por aqui, mas sim uma coisa vaga chamada Holiday Season. Terrível, e em todo o lado. Acho que é tão incorrecto dizer Natal neste momento que é quase criminoso. E tudo porque "algumas pessoas se podem ofender". Como diria o SC, e se fossem mas é levar na peida mais as ofensas deles? Natal é Natal, e quem não gosta não come. Eu que não sou católico, nem nada que se pareça, sinto-me ofendido por não haver Natal, e acho que essas pessoas que se podem ofender sentir-se-iam, também, se mudassem o nome aos feriados das respectivas culturas.
2. OK, esta não resisto: "hmm... nesta casa de banho podias pôr um... como é que se chama... eu só uso isso para lavar as meias... bem, lava-conas, suponho, he he he."
3. Brutal projecto neo-barroco com paredes de 60 cm! e escadas dançantes, a última loucura depois da secção áurea. Ainda não arranjei máquina fotográfica, mas para terem uma idéia é uma escada circular em que, em planta, todos os degraus têm ângulos diferentes, e logo parece que "dança" - pelo menos é muito mais elegante que uma escada normal.
4. Ah, estes hambúrgueres suculentos...
5. Espero que a TAP tenha bacalhau a bordo. Vou passar a consoada no avião, e o ano novo no Porto. Paciência, mas é o único modo de ver todos os zés aí da terra. Até breve.
posto pelo Alexandre às 04:21 1 comentários
2 de dezembro de 2005
ode 'a carne
A qualidade de um hamburger, juram-me, depende da proporcao entre a carne e o pao. Mas aqui a seccao aurea, ou proporcao divina, assume outro significado: quanto mais desproporcionada a relacao entre um e outro melhor. Ontem fui comer a um desses "best burgers in town", recomendado por um colega. E' quase pornografico, e dificil. Deviam ter um livro de instrucoes para comer a coisa - um cilindro de carne picada, com 4 polegada de diametro e 1-1/2 polegadas de espessura. Rodeado por duas rodelitas de pao tao pequenas que quase pediam licenca para estar ali, tipo folha de parreira a tapar as carnes de Adao.
UUUUUUUHHHHHHHHFFFFF
Nisto eles sao mesmo bons.
E hoje estou muito feliz, porque finalmente encontrei um supermercado normal (que nem e' de luxo nem esta todo porco e cheio de velhos a comprar garrafoes de molho para saladas).
posto pelo Alexandre às 20:30 2 comentários
1 de dezembro de 2005
Ok, agora coisas mais sérias
Passo os dias a resolver puzzles. Uma casa enorme, digamos 1000m2 em dois pisos, para uma família. Qualquer coisa de barroco (ou assim dizem, mas ninguém tem tomates para fazer nada do género. Pelo menos é um bocadinho menos politicamente correcto do que os projectos habituais). O meu melhor amigo tornou-se o meu proportional divider, um aparelho que tenho que fotografar rapidamente. É uma espécie de compasso para medir proporções: assim, pego nos desenhos que me chegam às mãos e descubro todas as secções áureas... se isto parece um discurso surreal é porque acho que já ninguém faz projectos assim, mas aqui a golden section reina soberana.
Depois, cada quarto é simétrico, tanto quanto possível, e cada porta dá para outro quarto que, embora disposto de outra maneira e com dimensões e formas diferentes, é igualmente simétrico. Ou seja, a mesma porta tem que fazer sentido geometricamente em espaços diferentes, e no fim tudo em números redondos para se poder construir - e não esquecer, nada de sistemas decimais mariquinhas, tudo em fracções, e quando se tem dez divisões todas ligadas umas às outras... É um orgasmo mental, e eu adoro o meu trabalho.
posto pelo Alexandre às 05:19 2 comentários
uma idéia
ponham as vossas fronhas no blog. Isso ajudava a perceber alguma coisa, ou pelo menos era simplesmente interessante. A idéia, realmente, foi inspirada por esta menina, e se não escrevem histórias perversas sobre os vossos amigos e colegas de trabalho, não há mal nenhum. Aqui fica a minha contribuição.
posto pelo Alexandre às 04:49 2 comentários